A modelo e influencer Amanda Souza foi vítima de violência transfóbica na Ilha do Fogo, no Vale do São Francisco, no último domingo 07/12. Tudo começou quando um grupo de homens passou a filmar Amanda e suas amigas sem autorização. Incomodada com a invasão de privacidade, Amanda pediu que parassem, afirmando que não autorizava o uso de sua imagem.
O pedido foi suficiente para que os rapazes reagissem com brutalidade: mais de cinco homens partiram para a agressão física, desferindo murros e chutes, além de arrancarem seu aplique de cabelo, avaliado em mais de cinco mil reais. Amanda encontra-se profundamente abalada psicologicamente, cuidando dos ferimentos em casa e, até o momento, não teve condições emocionais de procurar atendimento médico nem registrar boletim de ocorrência na delegacia — algo comum em casos de violência motivada pela transfobia, que geram pânico, medo e retraumatização.
A OSC Cores manifesta total solidariedade à Amanda e se coloca à disposição para oferecer todo suporte necessário às vítimas, incluindo acolhimento emocional, orientação jurídica e encaminhamentos para a rede de proteção.
Reforçamos que transfobia é crime no Brasil, equiparada ao crime de racismo por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2019. Até que o Congresso Nacional aprove legislação específica, atos discriminatórios contra pessoas trans podem ser punidos com base na Lei do Racismo (Lei nº 7.716/89), com penas que variam de 1 a 3 anos de reclusão, ou mais, dependendo da gravidade, além de multa. A decisão também assegura o direito ao respeito à identidade de gênero e ao uso correto do nome e dos pronomes.
Seguimos firmes na luta por respeito, dignidade e proteção para todas as pessoas trans e travestis do Vale do São Francisco e do Brasil.
OSC CORES – 5 anos de resistência, cuidado e compromisso com a diversidade.



